11 de Fevereiro de 2012, 16h
Casa da Galeria - Centro de Arte Contemporânea
R. Prof Dr. Joaquim Augusto Pires de Lima 33-37
4780-449 Santo Tirso - Região Norte do Distrito do Porto
Entrada livre
A Casa da Galeria irá dar início (11 de Fevereiro) ao ciclo de cinema Werner Herzog Até Ao Fim do Mundo – uma programação do Cineclube de Joane em colaboração com o Goethe Institut. Tal como tem vindo a ser hábito, o Cineclube de Joane fará a apresentação do ciclo e no final da sessão, moderará uma pequena tertúlia com os presentes.
“Da geração órfã do cinema alemão, no final dos anos 60, brotou Werner Herzog, cineasta singular.
Afamado pelas rodagens impossíveis, pelos conflitos com Klaus Kinsky, protagonista de 5 dos seus filmes, o fascínio pela obra de Herzog revela um alcance muito mais vasto: o cineasta empreendeu um percurso orientado para a construção de um conjunto de obras reveladoras do mundo, da civilização e da linguagem.
Este interesse antropológico, revelador de uma paixão pelo mundo, permite-nos viajar até ao local mais remoto e inóspito do planeta, interagir com os últimos representantes de uma tribo ou de um ofício particular, o que nos conduz, por vezes simultaneamente, ao fim do mundo, à criação e a contextos que roçam a ficção científica.
Num património de imagens e sons inigualável, Herzog procura, de forma perseverante, nas paisagens e nos rostos, o que ele designa por “verdade extática”, um espanto encantado, um grito que vem das imagens.
14 filmes que percorrem mais de 30 anos de produção, distribuídos por 7 sessões, onde a ficção e o documentário se unificam indistintos, num programa montado em colaboração com o Goethe Institut”. (Cineclube de Joane, Janeiro de 2012)
O ciclo começa com o filme «Fata Morgana» (1970, 79 min.) e divide-se em 3 capítulos: a Criação, o Paraíso e a Idade do Ouro.
FATA MORGANA (79 min, 1970)
Dividido em três capítulos: Criação, Paraíso e A Idade do Ouro. Contado por três diferentes narradores alemães: a historiadora de cinema Lotte Eisner, Eugen Des Montagnes, e Wolfgang von Ungern-Sternberg. O termo tomado para título, Fata Morgana, refere-se a miragens, e é um bom título para a obra filmada nos desertos do Norte de África. Trata-se de uma sucessão rítmica e musical de imagens e cenas curtas.
Na criação o Universo navega numa calma perfeita, existindo só o céu e o mar e as imagens mostram, em movimentos laterais, dunas e montanhas imponentes, interrompidas por poucos momentos civilizacionais. A voz de Lotte Eisner lê passos do Popol Vuh, o livro da criação dos Quíchas da Guatemala. No Paraíso aparecem figuras humanas em diversas situações, sobre as quais se detém o olhar do realizador. A voz, entretanto, conta-nos como é a vida nas terras paradisíacas e sugere imagens surreais e hipnóticas. A Idade do Ouro, pelo contrário, é o tempo da completa degradação e a natureza é um conceito já esquecido. Um grupo medíocre toca a música num baile, alguns turistas saem de um terreno vulcânico, um homem de fato de mergulho mostra bocados de uma tartaruga.
Werner Herzog
Título Original: Fata Morgana (1970, 79 min.)
Realização, Argumento e Produção: Werner Herzog
Interpretação: Wolfgang von Ungern-Sternberg, James Wiliam Gledhill, Eugen des Montagnes
Narração: Lotte Eisner, W. Bächler, M. Eigendorf
Fotografia: Jörg Schmidt-Reitwein
Música: Händel, Mozart, Blind Faith, Couperin, L. Cohen